Ouço e leio algumas
vezes, pelas mulheres que não são nem querem ser mães, que um dos motivos
principais de não terem esse desejo é a forma como quem já o é relata as
amarguras da maternidade.
As dores do parto, a dificuldade na amamentação, as cólicas,
as noites perdidas, a fase do nascimento dos dentes, a tendência incontrariável
para fazerem tudo o que é errado e, depois que são crescidos e estão na fase em
que se espera usufruir de toda uma vida de dedicação, chega a vez da distância
e das saudades.
Não sou da opinião de que todas as mulheres TÊM de ser mães,
é verdade que uma grande parte das que defendem que nunca hão-de o ser, chegam
à idade em que toca o relógio biológico e concluem que é algo que realmente
querem, mas não é nem tem de ser a resposta para todas. E se não se quer, o
melhor é mesmo não o ser.
Para mim, ser mãe é a tarefa mais exigente, mas também a
mais maravilhosa e compensadora de todas! Não conheço nenhuma mãe que se
arrependa de o ser e a quem os filhos não arrebatem o seu coração
perdidamente. Sei que por mais metas cumprisse na vida, jamais me sentiria
completa se não fosse mãe.
A maternidade transforma-nos. Quando o ouvia, queria
perceber o que isso significava e pensava se ia ter de forçar para que
realmente fosse assim. Mas é uma mudança que se impõe sem que o controlemos.
Comigo foi assim. Até a minha filha nascer sempre relativizei a minha
felicidade em função dos outros. E essa foi a maior mudança que senti. Percebi
que não sacrificaria a felicidade e bem-estar da minha filha e, por
conseguinte, a minha, pela de nenhuma outra pessoa. Que a minha principal
responsabilidade é ser o seu porto seguro. E, sem ser contradição, tornei-me ainda mais consciente do bem do próximo, de que o bem-estar de todos é responsabilidade de cada um e nenhum sofrimento pode ser ignorado. Passei a dar valor a cada dia, a
saborear cada momento, a reconhecer as pessoas que nos querem bem, a
simplesmente não estar na presença de quem nos dá falsas simpatias, destruí a
ilusão de agradar a ‘gregos e troianos’, tornei-me mais completa e feliz e
percebi que a vida faz-se hoje!
E o melhor de tudo… os abraços e beijos sem fim, inocentes e
espontâneos. A terapia mais eficaz! E ninguém erra enquanto pai por dar carinho 'em excesso'. Crianças mimadas não recebem muitos beijos, recebem muitos bens materiais descartáveis e poucos valores.
É
maravilhoso deliciarmo-nos com os abraços e beijos que nos dão e retribuir com os melhores sorrisos! Isto é tudo o que temos... Há alguma coisa melhor?
Deixo a nota de que o laço da B. é só a fita do meu vestido. A bebé anda na fase de querer usar tudo como enfeite, gorros, chapéus, toucas, laços... Enquanto me arranjava, encontrou-a e quis logo pôr na cabeça, achei tão cómico que alinhei na brincadeira. Uma graça!
LOOK da B. | Casaco Oshkosh | Calças Zara|
O meu LOOK | Gabardine Zara|
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