8.3.16

Dia da Mulher

Tenho uma filha e um filho. A diferença de género dá-lhes diferentes características, embora enquanto mãe não fomente diferenças entre eles. Aqui não há expressões como "os meninos não choram", "assim pareces uma menina" ou "esses brinquedos são para rapazes" e "as meninas costumam ser assim...". Não há! Nem permito que se dirijam a eles com este tipo de comentários.
Ensino-lhes que não queremos iguais características, mas igualdade de direitos. E iguais oportunidades de viverem com os valores maiores que temos. Quero que o Vicente seja livre. Seja respeitado. E crie empatia com os que o rodeiam. Quero que a Bernarda seja livre. Seja respeitada. E crie empatia com os que a rodeiam. Quero que sejam diferentes numas coisas e iguais noutras, tal como são, mas que vivam em igualdade.
Quero ensina-los a pensar. E terem certeza de que podem dizer o que pensam em voz alta. Os meus pensamentos não podem condicionar os deles, mas o meu conhecimento deve ajuda-los a nortearem-se. As premissas podem ser minhas enquanto educadora e cuidadora deles, as conclusões devem ser suas.
Quero que não tenham nada a ver com nenhum tipo de violência. Nenhum. Menos ainda a violência de género e a parental. É o flagelo do nosso país e não o podemos ignorar. A maldade de um adulto para com uma criança nunca é culpa da criança. A culpa é sempre do agressor.
Comigo aprendem amor. O amor talvez não os prepare para o mundo tal como é, mas é o instrumento que podem usar para mudar o mundo para como deve ser. 
Quero que a minha filha cresça com orgulho em ser mulher e que o meu filho cresça com orgulho em ser homem. E que ser mulher não signifique nunca ver-lhe uma mão levantada e que ser homem não signifique nunca levantar a mão para uma mulher.
Quero que a minha filha cresça com a certeza de que o seu corpo só a ela mesma pertence. Quero que o meu filho cresça com a certeza de que o seu corpo só a ele mesmo pertence. E que ambos saibam que o corpo de uma mulher é propriedade da mesma. Uma parte de tudo o que é enquanto pessoa...
E que ser mulher não signifique nunca menos oportunidades de emprego ou do que quer que seja. Nem abdicar de ser mãe para o conseguir!
Hoje lembrámos as mulheres que deram a vida à luta pela igualdade. Não celebrámos pois ainda há mulheres que não podem viver este dia com liberdade - não precisamos ir até outros continentes para as encontrar, cruzamo-nos com elas todos os dias sem perceber. 
Sou mãe de uma filha e de um filho. A eles desejo igualdade de direitos e oportunidades.

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